"O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica." - "Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria." 1Cor. 8:1,2

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O que é sinceridade no púlpito?

      A palavra sincero advém do latim sincerus e significa um ser puro, não dissimulado, sem a intenção de enganar, autêntico e verdadeiro.
      Eu conheço pelo menos cinco contos sem respaldo documental que tentam explicar a etimologia desta palavra.
  1. Os artesãos romanos ao fabricarem vasos de barro, muitos rachavam-se e para esconder tais defeitos, era usando para tal uma cera especial. “Sine cera” queria dizer “sem cera”, que era a qualidade esperada de um vaso perfeito, muito fino, que deixava ver através de suas paredes aquilo que guardava dentro de si.
  2. Nos bailes de máscara frequentados pela nobreza, as máscaras eram feitas de cera, e quando um homem desejava conhecer uma mulher como ela realmente era, dizia-se que queria conhecê-la “sine cera”;
  3. Antigamente, nas vilas, os vendedores de mel, ao vender seu produto de porta em porta, diziam aos moradores que podiam confiar que o mel era puro, sem cera, pois o mel com cera era de qualidade inferior;
  4. Os ricos encomendavam estátuas e quando o artista errava, preenchia a falha com uma correção de cera. Os nobres percebiam esse artifício e ao encomendar a sua estátua queriam uma obra autêntica, verdadeira, sem falhas ou disfarces e “senza cera”, sem cera, ou seja, “sincera”;
  5. Na antiguidade, os vasos que eram transportados por grandes distâncias para serem comercializados muitas vezes se quebravam no caminho. Para não perder o material, os vendedores remendavam juntando as peças com cera. Os compradores eram assim enganados. Um produto verdadeiro era um produto sem cera ('sin cera').
      Estes contos nos ajudam a entender perfeitamente o que os dicionários nos ensinam. O primeiro conto nos fala sobre perfeição e transparência; o segundo nos remete a lembrança da personalidade real; o terceiro nos lembra a pureza e a qualidade; o quarto nos ensina sobre autenticidade e disfarce, e finalmente o quinto conto nos ilustra sobre o engano.
     Baseado no significado desta palavra, nas ilustrações supracitadas, e em minha experiência cristã desde o berço, eu concluo que há muita falta de sinceridade sobre  muitos púlpitos:
  • Vi e revi pregadores mascarados, que quando estão com o microfone na mão se comportam completamente diferente quando são ouvintes...;
  • Vi e revi pregadores pregando sermões de outros como se fossem seus...; 
  • Vi e revi pregadores preguiçosos, que não pesquisam o contexto dos textos e criam aberrações doutrinárias, e por meio das suas falácias colocam sobre os ombros dos ouvintes jugos pesados; 
  • Vi e revi pregadores se utilizando de versículos específicos para Israel no Milênio aplicando-os para o nosso contexto, violentando a interpretação e prometendo ao povo o que Deus não prometeu...;
  • Vi e revi interpretações sofríveis e maliciosas de textos bíblicos com o intuito de agradar a platéia...;
  • Vi e revi a utilização de textos bíblicos fora do contexto com a finalidade de retirar  o suado dinheiro do pobre e aflito ouvinte que anseia pela solução imediata de seus problemas...;
  • Vi e revi um "evangelho" não autêntico onde o deus é o dinheiro...;
  • Vi e revi a manipulação de auditórios marionetes por pregadores que estão mais interessados na resposta imediata e exteriorizada do público às suas mensagens do que na resposta reflexiva e comportamental provocada pelo Espírito Santo na vida diária...;
  •  Vi e revi pregadores sonhadores, que ao invés de ensinarem o povo a buscar a Paz que excede a todo o entendimento humano na hora da adversidade, ensinam soluções imediatistas, fórmulas mágicas, amuletos e sacrifícios de tolos;
  •  Vi e revi cristãos que nada conhecem sobre a Eternidade, vida após a morte, ressurreição,  justificação em Cristo, arrebatamento, santidade, pecado, galardão do crente, perdão ao próximo, amor a Deus, dentre outros, devido as mensagens dominicais e televisivas estarem focadas apenas em vitórias neste mundo temporal.
      O púlpito é um palco de onde se expõe uma verdade. O púlpito também é um móvel que serve de apoio para a abertura e a leitura da Bíblia. Aquele que está sobre ele se torna alvo das atenções. Muitos o olharão e crerão no que está sento dito.
       Será que em todos os púlpitos a Verdade tem sido pregada?
       Você leitor, amante da Palavra de Deus já percebeu que não é em todos os púlpitos que a Verdade é declarada?. Existem interesses obscuros, falta qualidade em alguns, há o engano, há meias verdades, não há transparência, alguns pregadores (vasos) estão emendados com cera, estão mascarados...
        Para que você não pense que todos os púlpitos estão num caos da mediocridade, eu também:
  • Vi e revi homens de Deus comprometidos com o Evangelho do Reino que liberta, salva e transforma, pregando todos os desígnios de Deus...;
  • Vi e revi honestidade e transparência na hora do recolhimento de ofertas...;
  • Vi e revi pessoas em prantos pela consciência dos seus atos pecaminosos logo após uma pregação;
  • Vi e revi pregadores que temem ir além do que já foi escrito nas Escrituras...;
  • Vi e revi pregações simples, de homens simples, mas cheios da unção do Espírito Santo...;
  • Vi e revi pregações cheias das profundidades teológicas, proferidas por homens sábios, mas também cheios da unção do Espírito Santo. 
       A questão é: O púlpito se torna sincero quando eu ou você estamos nele? Quando somos ouvintes, somos edificados por uma palavra sincera?
      Eu espero poder despertar em algumas pessoas um sentimento de zelo pela Verdadeira Pregação que nos leva a conhecer o Verdadeiro Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.

 "Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus." 2 Cor. 2:17 (NVI)
       
       Pb. Edilson Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário